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Aquilo que se diz e aquilo que se ouve

Aquilo que se diz e aquilo que se gostaria de dizer


Já parastes para pensar se aquilo que voce diz, realmente transmite a mensagem que você gostaria de comunicar?

Já parastes para pensar que aquilo que você ouve a seu respeito nem sempre corresponde à sua identidade?

Leia esse post e reflita conosco…


Você já chamou uma pessoa de burra/ tola/ ridícula/ […]por ter agido de forma inadequada ou errada? Ou até mesmo já chamou alguém de gênio/ fenômeno/ […] quando ele fez algo diferenciado, especial? Quando colocamos rótulos nas pessoas para descrever suas ações, podemos estar “condenando-as” a ocuparem esse lugar e serem identificadas por essas descrições. Nosso cérebro foi desenvolvido para sempre buscar o equilíbrio homeostático e assim, economizar energia para se manter vivo. E os rótulos, quando repetidos de forma contínua e sistemática, são facilmente absorvidos por ele. Com isso, há grande possibilidade de reduzirmos nossa percepção sobre essa pessoa.

Da mesma forma, a pessoa que usualmente se vê descrita por uma conduta, poderá correr o risco de incorporar essa descrição à sua auto percepção e descrição de si mesma. O rótulo “cola” na sua identidade. E fica condenada a ser “a tola, ridícula ” ou ser “o gênio“. Nesse contexto, como a “ridícula” poderá mostrar os seus aspectos valorosos? E como o “gênio” poderá mostrar a sua vulnerabilidade? Qualquer uma dessas descrições é uma sentença, que retira a possibilidade da pessoa ser livre para agir e ser vista de outras maneiras. Reduzir a identidade de uma pessoa a uma conduta, ainda que essa ocorra com mais frequência do que outras, é reduzir uma pessoa a algo que não a descreve em sua complexidade.

Essas situações, na grande maioria das vezes, ocorrem sem que as pessoas saibam dos efeitos que esse tipo de comunicação gera nos relacionamentos. Quando ocorre na infância e adolescência, esse tipo de comunicação formam crenças desadaptativas, como por exemplo: “não sou capaz”, ou “tenho que ser perfeito para ter valor”. Usualmente ocorre sem que os pais ou cuidadores tenham consciência e/ou intenção de provocar essa dor na criança.

Nos relacionamentos conjugais, esse tipo de comunicação provoca desconexão entre os cônjuges. Lembrem que a maior parte dos problemas relacionais tem origem na forma como comunicamos a nossa mensagem e decodificamos a mensagem da pessoa comunicante.

Por exemplo, quando o rótulo refere-se a aspectos considerados negativos, normalmente esse tipo de comunicação chega no outro como uma agressão. E se a intenção do emissor da mensagem, era alertar sobre a conduta, dificilmente essa comunicação será assertiva, pois agrediu a identidade da pessoa que a recebeu. E provavelmente, teremos aqui uma relação que ficará presa em um padrão recursivo de sofrimento.

Quando descrevemos a conduta e não a pessoa, deixamos espaços livres para novas percepções, para a complexidade surgir. Dizer que a conduta da pessoa não está correta é muito diferente do que dizer que a pessoa é errada. Desta forma, a escuta e reflexão daquele que ouve, pode acontecer. O diálogo e a negociação da mudança torna-se possível e provavelmente essa comunicação terá um desfecho saudável.



Eis a pergunta que deixa em dúvida diversos psicólogos e estudiosos do tema: Podemos considerar de fato o amor sendo uma emoção básica? Segundo alguns estudiosos do assunto, sim. Antes abordarmos o porquê do amor entrar em tal “enquadramento” devemos pincelar o que se considera como emoções.


Os criadores da Terapia de Reciclagem Infantil (TRI), Renato e Marina Caminha (2016), reafirmam que as emoções são disparos biológicos, ou seja, reflexos incondicionados de curta duração no organismo. Elas são transmitidas filogeneticamente como parte de nosso processo evolutivo, trazendo vantagens de sobrevivência. Sendo assim, considera-se que elas não são passíveis de controle, mas, sim, de regulação. Além disso, elas são formas de comunicação e podem adquirir novos significados a partir da interação com o ambiente. Podem ser agradáveis, como o amor e a alegria, ou desagradáveis, como o medo, a raiva, o nojo e a tristeza. Algumas pessoas neste momento podem estar se perguntando, a surpresa não entra nessa lista? A resposta é não, uma vez que ainda sendo considerada como emoção, não devemos considerá-la como básica, pois sua função é mediar essas outras emoções.


Agora, trazendo em definitivo a resposta da pergunta inicial, título deste texto, o amor é considerado uma emoção básica, pelo fato dessa ser ativada de imediato quando nos sentimos seguros, queridos e aceitos.O amor tem uma função de extrema importância em nosso contexto relacional, uma vez que ele é um dos pilares que o sustentam. Em seu processo de difusão emocional, abre-se o leque de termos diversas expressões amorosas em suas distintas valências, gerando a possibilidade de termos o amor sexual e o não sexual, como exemplo, o vínculo gerado entre uma mãe e seu bebê. Por ser uma emoção diretamente ligada ao apego, como inicialmente propõe Jhon Bowlby, quando apresenta falhas em sua fase inicial, podem gerar consequências patológicos diretamente ligados ao Cluster B. Sendo assim, quando apresentado em um nível elevado, este causa um impedimento da autonomia, como ainda uma piora em relação a tolerância à frustração.

Agora que sabemos que o amor é sim uma emoção básica, porque então ele não está presente no filme “Divertidamente”, junto à alegria, à tristeza, ao raiva, ao medo e à nojinho? A resposta traz mais uma característica importante dessa emoção: segundo Paul Ekman, psicólogo e pesquisador que inspirou o filme, o amor não possui uma expressão facial que seja reconhecida por diferentes cultura, logo os roteiristas decidiram por não criar um personagem para o amor.


Por fim, independente de ser básica ou não, agradável ou desagradável, com expressão facial reconhecida ou não, devemos sempre procurar entender mais sobre estes fenômenos, chamados de emoções, que são essenciais para o indivíduo e para a construção do mesmo. Por fim, cabe referir que apesar das emoções possuírem o poder de mudar o nosso corpo, nossa cognição e nosso comportamento, nós não “somos” a emoção: somos a capacidade de senti-las.




Por que nós, muitas vezes, não sabemos lidar com a tristeza?

Por que é tão difícil conseguir expressar essa emoção?

Parece que nós precisamos estar sempre felizes, não é mesmo?


Nesse texto, porém, a TMS vem falar sobre a importância da tristeza em nossas vidas, por que devemos saber nos conectarmos com ela, entendendo suas origens e funções…


Primeiramente, é importante compreender que a tristeza é uma emoção básica. Isso quer dizer, que ela é um disparo biológico, é natural que nós, seres humanos, assim como outros animais, nos sintamos tristes diversas vezes ao longo de nossas vidas, assim como sentimos medo, raiva, surpresa, nojo, etc., é impossível ser 100% do tempo alegre.


No entanto, uma das questões que está por trás dessa dificuldade de lidar com a tristeza é o mito de que ela seria uma emoção negativa. As emoções, porém, não são classificadas como positivas ou negativas, apenas como agradáveis ou desagradáveis. A tristeza, apesar de ser, realmente, uma emoção desagradável - não gostamos de sofrer -, é também uma emoção socializadora e coletiva, como o amor e a alegria. Esse ponto será retomado mais à frente, primeiro precisamos entender as origens dessa emoção.


A tristeza, como toda emoção básica, possui um motivo próprio para surgir e, nesse caso, é a perda. Nós ficamos tristes quando estamos perdendo, ou até já perdemos, algo importante para nós. Esse algo pode ser uma pessoa, um objeto, uma sensação, um ideal, enfim uma infinidade, desde que seja importante para nós, afinal, nem tudo o que perdemos nos deixa tristes.


Esse ponto, está relacionado com a primeira função da tristeza, que é ser uma “lanterna” para os nossos valores. Ou seja, a tristeza sinaliza o valor que está escondido atrás do nosso sofrimento, nos auxilia a parar e refletir por que aquilo que está se perdendo, ou já se perdeu, é importante para nós.


A tristeza, todavia, possui mais uma função, essa que a faz ser conhecida como uma emoção socializadora. Quando vemos uma pessoa triste, seja um conhecido ou um desconhecido, temos a tendência de nos sensibilizarmos com aquele sofrimento e tentarmos ajudar de alguma forma. Esse movimento nós chamamos de empatia, logo, a função social da tristeza é gerar empatia no outro para que possamos receber suporte e apoio em um momento difícil.


Porém, para que os outros possam empatizar com o nosso sofrimento é importante que possamos demonstrar essa emoção, assim voltamos a segunda questão: a dificuldade de expressar a tristeza. Esse problema acontece em função de um outro mito muito difundido que considera a tristeza como sinônimo de fraqueza. Apesar de nos colocarmos em um posição mais vulnerável e frágil quando estamos tristes - por isso, muitas vezes só a expressamos quando estamos com pessoas de confiança -, isso não quer dizer que nós sejamos fracos. Pelo contrário, expressar seu sofrimento, e correr o risco de que aqueles ao nosso redor não saibam ser empáticos conosco, é um ato de coragem.


Esperamos que daqui para frente vocês saibam a importância de se conectar com a tristeza, entendendo os motivos para ela ter surgido e a usando de forma mais assertiva, tanto para autoconhecimento, buscando os valores escondidos e os usando para guiarem suas vidas, quanto para a geração de empatia, construindo vínculos saudáveis, seguros e afetivos com as nossas redes de apoio.



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